Estresse pós-traumático

Estresse pós-traumático

Este diagnóstico é muito usado. Parece algo muito generalizado, no entanto ele realmente engloba uma série de situações passíveis de serem vividas no dia-a-dia.

O estresse pós-traumático é uma resposta do organismo como um todo, ou seja, física e psicológica a uma situação extrema; como exemplos podemos citar o falecimento de um ente querido, um assalto, um sequestro, um acidente, uma doença grave, uma perda afetiva, um constrangimento público, assédio moral, perda de emprego ou sequelas de alguma doença.

Uma nova exposição ao agente estressor criará um quadro muito mais grave podendo até se tornar crônico.

O grau de resposta ao estresse depende de cada indivíduo indo de um ligeiro desconforto a uma vida praticamente disfuncional. Por exemplo: uma pessoa é assaltada ao sair de um supermercado. Inicialmente, por algumas semanas, todas as vezes que ela for aquele supermercado ela ficará ansiosa e se lembrará do assalto. Ou ela poderá sentir a mesma ansiedade em qualquer supermercado. Ou ainda, poderá sentir ansiedade todas as vezes que sair de casa. Portanto, dependerão das características de personalidade do indivíduo suas reações futuras.

A primeira reação mencionada é a mais frequente; a segunda e a terceira reações carregam uma maior patologia. Sem que haja uma nova exposição ao agente estressor na realidade ocorrerão repetidas exposições no mundo interno, na esfera psicológica do indivíduo, que apresenta um padrão de reação/resposta/crença que se encontra no seu inconsciente e molda seu comportamento. Ele começa a considerar que todas as experiências são perigosas, sejam às ligadas aos demais supermercados ou ao extremo de considerar que sair à rua é perigoso.

Com isso seguirá um aumento patológico da ansiedade criando-se ataques de pânico, nos quais além das reações corporais – sudorese, tremores, tonturas, taquicardia, sintomas gastrointestinais ou vesicais – será tomado pelo pânico que o fará desistir de continuar e buscar ajuda de alguém de sua confiança para acompanha-lo de volta a casa, e, algumas vezes, depois disso se isola dentro de casa.

Os recursos medicamentosos são essenciais para a obtenção de alívio em razão da diminuição dos sintomas físicos, mas será através da psicoterapia que esse indivíduo tomará consciência das crenças que estão por trás da sua reação de pânico.

Os sintomas são a expressão de um sofrimento interno que muitas vezes é incompreendido até pelo próprio indivíduo além dos que estão a sua volta. Nos casos de crises de pânico o próprio paciente se sente constrangido por sua suposta fraqueza e impotência e se não tiver um bom suporte poderá incorrer também num quadro de depressão.

Infelizmente, por desconhecimento, algumas pessoas consideram as pessoas que respondem ao estresse com crises de pânico como mimadas, que querem chamar a atenção ou que são dependentes. É claro que alguns poucos casos podem se encaixar nisso, mas se não se tem absoluta certeza, deve-se respeitar e acolher esse sofrimento de maneira a nos comprometer com a procura de meios para fazer a pessoa com pânico buscar ajuda efetiva. Afinal todos devem ter o direito de desfrutar de uma vida funcional.